Quem sou eu diante do meu Senhor?

Quem sou eu diante do meu Senhor?

Papa Francisco durante celebração do Domingo de Ramos

Papa Francisco durante celebração do Domingo de Ramos

Na Semana Santa, o Papa convida a uma reflexão sobre como nos portamos diante do mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição

Durante a celebração de Ramos e Jornada Mundial da Juventude Diocesana, no domingo (13), o papa Francisco deixou de lado a sua homilia escrita e improvisou uma profunda reflexão recordando os personagens descritos na leitura do Evangelho deste domingo. O Papa pediu um exame de consciência a todos os fiéis, e com qual personagem nos identificamos.

Esta semana tem início com a procissão alegre com os ramos de oliveira – disse o Papa -: todo o povo acolhe Jesus. As crianças, os jovens cantam, louvam a Jesus. Mas esta semana vai avante no mistério da morte de Jesus e da sua ressurreição. Ouvimos as palavras da Paixão do Senhor. Então o Papa faz uma pergunta:

Quem sou eu diante do meu Senhor? Quem sou eu, diante de Jesus que entra em festa em Jerusalém? Eu sou capaz de expressar a minha alegria, de louvá-lo? Ou me distancio? Quem sou eu, diante de Jesus que sofre? Ouvimos muitos nomes: muitos nomes. O grupo de líderes, alguns sacerdotes, alguns fariseus, alguns mestres da lei que tinham decidido matá-lo. Eles estavam esperando a oportunidade para prendê-lo.

Eu sou como um deles? Também ouvimos outro nome: Judas. 30 moedas. Eu sou como Judas? Ouvimos ainda outros nomes: os discípulos que não entendiam nada, que se adormentavam enquanto o Senhor sofria.

A minha vida está adormentada? Ou sou como os discípulos, que não entendiam o que significava trair Jesus? Como aquele discípulo que queria resolver tudo com a espada: eu sou como eles?

Eu sou como Judas, que finge amar e beija o Mestre para entregá-lo, para traí-lo? Eu sou um traidor? Eu sou como os líderes que, com pressa, fazem o tribunal e procuram falsos testemunhos: Eu sou como eles? E quando eu faço essas coisas, se eu as faço, acredito que com isso salvo o povo?

Eu sou como Pilatos que, quando vejo que a situação está difícil, eu lavo as minhas mãos e não sei assumir a minha responsabilidade e deixo condenar – ou condeno eu – as pessoas? Eu sou como aquela multidão que não sabia bem se se encontravam em uma reunião religiosa, ou num processo ou em um circo, e escolhe Barrabás? Para eles é a mesma coisa: era mais divertido humilhar Jesus.

Eu sou como os soldados que batem no Senhor, cospem n’Ele, O insultam, se divertem com a humilhação do Senhor? Eu sou como o Cirineu, que voltava do trabalho, cansado, mas ele teve a boa vontade de ajudar o Senhor a carregar a cruz? Eu sou como aqueles que passavam diante da Cruz de Jesus e zombavam d’Ele: “Mas … tão corajoso! Desça da cruz, e nós vamos acreditar n’Ele”. O insulto a Jesus … Eu sou como aquelas mulheres corajosas, e como a Mãe de Jesus, que estavam ali, sofrendo em silêncio?

Eu sou como José, o discípulo escondido, que leva o corpo de Jesus com amor, para sepultá-lo? Eu sou como essas duas Marias que permanecem na porta do sepulcro, chorando, rezando? Eu sou como esses líderes que no dia seguinte foram a Pilatos para dizer: “Mas, olha ele dizia que iria ressuscitar; que não seja mais um engano”, e bloqueiam a vida, bloqueando o sepulcro para defender a doutrina, para que a vida não venha para fora? Onde está meu coração?

E o Papa conclui: “A qual dessas pessoas eu me assemelho? Que esta pergunta nos acompanhe durante toda a semana.

Com informações da Rádio Vaticano

 

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