Montevidéu celebra o início da peregrinação dos símbolos da JMJ pelo Uruguai

Montevidéu celebra o início da peregrinação dos símbolos da JMJ pelo Uruguai

Jovens fazem oração com a Cruz da JMJ no alto da Fortaleza do Cerro, com vista para toda Montevidéu e a baía do Rio da Prata.

Um país com 3,5 milhões de habitantes, sendo 45% católicos dos quais 5% participa das atividades paroquiais. Esse é o Uruguai, que recebe a Cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e do Ícone de Maria desde sexta-feira (7). Os símbolos da JMJ irão para 5 das 10 dioceses existentes no país. A peregrinação começou às 20h com uma vigília no Santuário Sagrado Coração de Jesus, no bairro Cerrito de la Victoria em Montevidéu. A capital tem 1,3 milhão de habitantes, 38% da população do país.

O padre responsável pela juventude uruguaia, Daniel Silva, afirmou que os jovens católicos que participam são apenas 5% dos batizados em média, mas são todos estes são muito comprometidos com os trabalhos da pastoral juvenil.

“O jovem uruguaio como os demais jovens estão em busca de uma nova realidade religiosa, devemos saber como nos conectar com ele”, disse Padre Daniel Silva, que também é o assessor da pastoral juvenil do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Segundo ele, o principal desafio é aproximar-se dos jovens e caminhar com eles.

Para o responsável pela juventude da Comunidade Shalom em Montevidéu, Gabriel Gomcy, o país tem uma realidade desafiante em que a secularização chega principalmente à juventude. “Essa visão da secularização gera compaixão pelos jovens sem rumo e um fortalecimento da fé”, disse. Segundo ele, que está há três anos na capital, a vinda dos símbolos da JMJ ajuda a fortalecer a fé do jovem uruguaio, pois faz ele sentir-se parte da Igreja universal.

Penitenciária

O sábado (8) pela manhã foi dedicado à peregrinação em regiões mais empobrecidas da capital uruguaia. O primeiro destino foi a penitenciária Punta de Rieles. A média de idade dos presos é de 25 anos. Apenas quatro jovens participaram do momento com membros da pastoral carcerária de Montevidéu. Segundo o assessor diocesano da juventude, Guilhermo Porras, não havia possibilidade de muitos membros da pastoral juvenil participarem por causa de normas do presídio. “Mais que trazer jovens queríamos cuidar dos jovens daqui”, disse.

Ernesto Alvarez já está há 18 anos na prisão por vários roubos. Ele já tem projetos para quando sair da prisão em abril de 2013. “Quero fazer sociologia para trabalhar com o sistema carcerário”, afirmou. Ele disse que participava de grupo de jovens na diocese de Florida, mas acabou se perdendo no caminho pelo roubo.

Missa na rua
A segunda parada foi uma missa no bairro de Villa Española, região com pouca infraestrutura e muitos moradores de rua, perto do mercado popular de frutas. Daniel Garat faz parte do grupo Sembradores (semeadores) que, há dez anos trabalha com a população da rua com ajuda imediata de comida, assistência espiritual e auxílio para sair dessa realidade.

Em 2010, Daniel caiu de uma altura de 4 metros depois quando estava bêbado. Quebrou braço e se machucou bastante. O tempo no hospital fez ele refletir sobre a vida. Recebeu o convite para conhecer o grupo e não deixou mais. No último ano fez primeira eucaristia, crisma e participou da JMJ. “Voltei com outro ar [de Madri], muito mais forte na fé”, afirmou.

O último ponto foi a peregrinação até a região do Cerro de Montevidéu, bairro popular de onde se pode ter uma vista de toda a capital.

Show e missa
Desde as 18h, várias bandas animaram os jovens em frente à catedral no centro de Montevidéu. O show preparou o momento de oração a partir das 21h. O último evento da peregrinação em Montevidéu foi a missa solene com o arcebispo local, dom Nicolas Cotugro. Ele convidou os jovens a fortalecerem sua identidade cristã a partir do exemplo de Maria com a escuta da palavra, a oração e a missão.

No domingo (9), os símbolos seguiram para a Diocese de Minas, no leste do Uruguai.

Por Tiago Miranda

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