Jovens infratores recebem visita especial em Rio Branco

Jovens infratores recebem visita especial em Rio Branco

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Centros de internação para adolescentes que cometeram crimes não são prisões. Devem ser um lugar de ressocialização, onde os meninos e meninas continuem estudando, recebam assistência psicológica e tratamento humanizado. Esses jovens precisam do apoio da família, do Estado e da sociedade para voltarem à vida normal. Hoje, 30 meninos do Instituto Socioeducativo Aquiry na periferia de Rio Branco (AC) sentiram esse apoio e a presença de Deus durante a visita da Cruz da Jornda Mundial da Juventude (JMJ) e do Ícone de Nossa Senhora.

Era um dia de visita familiar para os adolescentes do centro. Um grande número de mães, além de irmãos e alguns pais, foram ficar mais tempo com aqueles jovens. Além dos parentes e dos funcionários do centro, um grupo do setor juventude diocesano trouxe os símbolos e conduziu a oração.

Nova vida

Durante uma Via-Sacra, os adolescentes puderam refletir sobre a realidade da detenção e a necessidade da fé em Deus e do apoio da família para se prepararem para uma nova vida. 

L.L.F.R. tem 15 anos, mas aparenta cerca de 12. Foi preso por roubar R$ 200 da tia para poder comprar cocaína. Começou fumando maconha aos 12 anos e está 2 meses sem consumir droga.
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Há somente três semanas no Aquiry, ele sonha em ser mecânico como o pai. “Pedi a minha liberdade”, diz, sobre a oração que fez junto à Cruz da JMJ. Emocionada, a mãe Raimunda Rocha da Silva, espera que o filho ao sair fique com boas companhias e não volte às drogas. 

O bispo diocesano, dom Joaquín Pertíñez Fernández, lembrou a L.L.F.R. e aos demais adolescentes que ainda há muita vida a ser vivida e a situação atual não pode destruir os sonhos. “Pensem no muito que [vocês] podem fazer de bom a tantas pessoas”, disse.

Um adolescente de 16 anos, abraçado à mãe visivelmente emocionada, disse que ao longo de mais de um ano internado sempre pensou muito na vida e em como não cometer novamente os erros do passado. “Eu pedi a Deus nos pés da cruz para me dar um rumo, eu quero ser melhor”. A mãe, olhando para o alto, rezou: “Nossa Senhora e Jesus Cristo vão ajudar meu filho”.

Outro menino, muito tímido, segurou a cruz com uma mão e com a outra tocou no rosto de Nossa Senhora. “Eu rezo a noite para sair daqui numa boa, tenho fé em Deus. Acho muito importante essa visita dos símbolos”, afirmou com um sorriso discreto

Situação
O centro de Aquiry tem mais de 100 internos, apesar da capacidade para receber 78 adolescentes. Existem oito centro socioeducativos no estado, cinco deles na capital. A maioria está com superlotação, com adolescentes presos por envolvimento com drogas.

A taxa de homicídio de crianças e adolescentes na capital é de 13,6 para cada 100 mil, uma das menores entre as capitais brasileiras, no 23o lugar, de acordo com o Mapa da Violência de 2012, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil) e pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela).

A Cruz e o Ícone de Maria chegaram na diocese na quarta-feira (22). Passaram pelos municípios de Porta do Acre (AM) e Brasiléia (AC, divisa com Peru e Bolívia) antes de chegar hoje à capital.

Equipe Jovens Conectados: Lucas Monteiro, Manuela Castro e Tiago Miranda

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