JMJ e a sustentabilidade da fé

JMJ e a sustentabilidade da fé

Nestes dias tão próximos da abertura da Jornada Mundial da Juventude, nós somos convocados a meditar sobre o caminho que já percorremos na preparação deste evento evangelizador que é – como gostava de afirmar o Beato João Paulo II – uma espécie de laboratório da fé e, por isso, podemos afirmar que a JMJ tem contribuído decisivamente para a sustentabilidade da fé dos jovens brasileiros.

Por meio da realização do Bote Fé nas diversas dioceses e arquidioceses de nosso país, carregando a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora, aceitando a santa provocação suscitada pelos preparativos da JMJ: os jovens testemunharam que a fé não é um enigma sem solução ou um quebra cabeça sem resolução. A fé é uma virtude, um dom que Deus nos concede. Deste modo, a fé tem uma base histórica e, portanto, não é algo vago e fugaz. É, sim, algo decisivo e determinante para a nossa sustentabilidade humana e espiritual.

Abraçando o caminho da fé proposto pela Igreja, os jovens brasileiros já estão demonstrando ao mundo que a jornada é uma grande festa da fé jovem, uma bela manifestação de uma Igreja que não envelhece, pois é guiada pelo Espírito Santo, Fonte e Princípio da vida nova que tem acendido muitas chamas de compromisso apostólico nos corações da juventude de nosso país. Pela adesão à fé por parte de nossos jovens, o mundo já tem contemplado em nosso solo a Igreja, jovem e missionária, cheia de fé, de alegria e de esperança.

As diversas atividades realizadas na preparação da JMJ têm atraído um número significativo de jovens e, quando estamos no meio deles, nós percebemos que a fé gera uma felicidade, um entusiasmo a partir de dentro, pois os jovens que vivenciam a sustentabilidade da fé – por meio da adoração eucarística, dos retiros de espiritualidade, pelo exercício da oração e pela participação nos sacramentos – passam a conhecer e professar a beleza do amor de Cristo. Esses jovens testemunham também que a fé não pode ser reduzida a um fardo de coisas que se devem e não se devem fazer.

Contemplando o entusiasmo dos jovens com a proximidade da JMJ, nós podemos perceber que a juventude não quer relegar a vivência da fé ao âmbito privado, pois a manifestação da fé não se limita unicamente aos ambientes das paróquias e dos movimentos. Essa manifestação vai além e alcança as universidades, as famílias, os ambientes de lazer e os ambientes sociais onde os jovens se fazem presentes. Nesses lugares, com humildade e sabedoria, nossos jovens estão afirmando que não querem se limitar a conhecer a versão “light” da fé. Eles querem muito mais: querem abraçar os compromissos duradouros e significativos da fé; querem continuar peregrinando na justiça mediante a fé, evidenciando que a JMJ Rio 2013 é um dom para o nosso país, para o povo brasileiro e para os nossos jovens que continuam a surpreender a Igreja.

Uma importante lição que já podemos colher da JMJ é a percepção de que a fé é um dom espiritual extraordinário que impulsiona os jovens ao serviço missionário. A fé é também uma virtude segura e estável sobre a qual os jovens podem e devem construir as suas próprias vidas, evidenciando que a juventude precisa da Igreja para confirmar a sua fé, para conhecer melhor a sua beleza e para se ter um contínuo contato com os dons de Deus.

Por tudo isso, a sustentabilidade da fé, que vislumbramos nos corações de nossa juventude, não se reduz a sentimentos vagos, ao sentimentalismo ou a palavras vazias. Pelo contrário, ela é um saudável compromisso de santidade e, também, é “a vitória que vence o mundo!” (1 Jo 5,4), fortalecendo a certeza de que um jovem de fé não ficará decepcionado.

Aloísio Parreiras
(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

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